Nessa última semana o programa Ciência sem Fronteiras vem recebendo muitas críticas com relação ao grande número de candidatos inscritos nos editais para Portugal, e também em relação aos níveis de proficiência dos estudantes na língua estrangeira, mais especificamente o inglês. E como fruto das críticas, Portugal será excluído do programa.
O grande número de inscritos para as chamadas de Portugal é derivado da falta de proficiência dos estudantes no idioma inglês, mas excluir o país do programa não é uma solução ou justificativa para o aumento da proficiência de inglês dos outros estudantes. Se as instituições de Portugal abriram suas portas para os estudantes brasileiros é porque elas veem potencial no Brasil, e também em aspectos econômicos, a parceria é interessante para as universidades. A solução nesse caso é preencher as vagas oferecidas com os melhores alunos inscritos no edital. Com certeza os alunos que estudarem em Portugal trarão conhecimentos para agregar ao nosso país, afinal Portugal não deixa de ser um país de primeiro mundo.
Com relação as críticas relacionadas ao nível de proficiência dos estudantes no idioma inglês têm dois pontos que são verdadeiros: grande número de estudantes não possuem nível adequado de proficiência; e os editais têm diminuindo o nível exigido no idioma inglês, mas não para entrarem diretamente no curso superior.
Muitos alunos estão indo sem o nível adequado de proficiência para o exterior, e as universidades parceiras estão ciente disso. No caso da minha instituição, Northern Virginia Community College, os estudantes tiveram que fazer um teste de inglês, e quem não obteve nota mínima foi para as aulas de ESL(English as Second Language). Ou seja, as instituições não irão aceitar estudantes sem nível de proficiência adequado nos cursos regulares. Os estudantes irão adquirir essa proficiência no idioma em cursos intensivos, uma vez que a educação pública brasileira não proporciona condições disso acontecer atualmente.
Fechar as portas para Portugal não irá estimular os estudantes a buscar proficiência em inglês se o governo não fizer nada de imediato referente ao ensino do inglês de forma efetiva na rede pública. Outra questão é que a mídia muitas vezes gosta de tirar o foco de escândalos como corrupção, desvio de dinheiro público, e começam atacar iniciativas como essa, que o governo federal tem aplicado o dinheiro público de forma que proporcione uma oportunidade única para milhares de estudantes.
O Brasil está atrasado no ensino de inglês. Uma reforma ou melhoria do ensino na rede pública levará anos para dar resultados, então, a curto prazo, a melhor forma de correr atrás do atraso é tentar selecionar os melhores alunos possíveis, mesmo com níveis pré/intermediário, aloca-los em cursos de língua no exterior para que posteriormente frequentem cursos superiores de altíssima qualidade.
Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/04/portugal-sera-excluido-do-ciencia-sem-fronteiras-diz-mercadante.html
http://cienciabrasil.blogspot.com.br/2013/03/a-farsa-do-ciencias-sem-fronteiras.html
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